quarta-feira, 1 de junho de 2011

Crédito lunar

Quando ele perguntou:
– Você já leu o meu livro?

E ela respondeu também perguntando se ele estava falando do livro do George Orwel ou do Homem Perfeito, ele vibrou. Era uma espécie de vitória. Um benefício eterno.

Finalmente ela reconhecia que jamais havia concluído a leitura de seu único livro, a obra-prima O Homem Reduzido. Então agora ele descobria que passados dois anos do lançamento ela ainda não conseguira arrancar da página 10 – jamais avançara pela trilha da floresta de folhas de sua perplexidade – aquele livro. Ele vibrava, por um minuto, só um, foi muito rápido.

O crédito do homem perfeito agora seria lunar.

Ele.

O homem que chora essa pequena descoberta.

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