quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A mochila

CRÔNICA PARA MEU FILHO



O retorno às aulas é aquele estado de exaltação, frenesi e êxtase – como este:
O ato de entregar a mochila ao filho, e dizer:
Vê se não esquece...
Nem ouviu o resto.
Tchau!
Já ia longe.
Decerto ali matutando, neto de sertanejo, desconfiado, talvez já engenhando o que o pai vai ficar pensando dessas garotas a 120 km por hora apenas para lhe dizer
Oi, …. Saudade, …. Quanto tempo, ….
Sim, meu filho, os colegas de escola costumam ficar com saudades.
Mas ele nem ouvi esse meu pensamento porque enquanto uma delas o puxava pelo braço, a outra veio até mim para falar sobre aquilo de “quanto mais queijo menos queijo”, e então lembrei de alguma postagem, dias atrás, que falava sobre a lógica do queijo suíço.
A Suíça, este país no centro do noticiário internacional.
Impossível seria não pensar nos milhões de mochilas, cadernos, escolas que poderiam ser compradas com todo o dinheiro escondido por lá... Mas hoje eu estou melodramático. Hoje estou Raymond Carver e só consigo pensar nela.


A mochila que ele esqueceu.

0 ComentÁrios:

Postar um comentário

<< Home