quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sentido único

 Há uma placa de trânsito apagada na parede de mármore da lateral do prédio da Prefeitura. Todos os dias por ali passo e me é quase impossível não perceber a falta de sentido de uma sinalização apagada e em desuso (a rua há muito tempo tem outro sentido...). E todos os dias a placa é como se fosse um novo convite para eu entrar por aquela via, mas confesso que me seria também impossível cruzar outra vez por ínvios caminhos – espécie de imposição de sentido único –, onde nas últimas vezes em que ingressei eu tive calafrios e engasguei. Ao lembrar que foi ali naquele beco agora escuro que ela me espichou um adeus, abanou – e nunca mais voltou.